Distantes de tudo
"Temos nosso próprio tempo." Renato Russo - Vamos ver o céu lá fora - convidou, entusiasmado. A noite sabia ser charmosa. Talvez pelo silêncio dos idiotas ou a ambiguidade da escuridão. E trazia aquelas poucas estrelas, porém suficientes. Também a Lua parcialmente oculta e muitas nuvens espessas, que significavam mistério ou uma promessa. Lá dentro, as pessoas se acabavam. Como todos nós já nos acabamos alguma vez. Física ou mentalmente. E falavam outro idioma, áspero e hostil. Mas não interessava. Não quando o mundo estava lá fora, calmo e noturno. Olhou para o céu, como havia proposto. E admirou todas as constelações que ainda não conhecia. E que guiaram a Humanidade para que chegássemos aqui e agora. Depois se voltou para aquele par de olhos ingênuos e castanhos. E então pensou no céu. E nos olhos. E se sentiu repleto de algo importante. Ar, vida ou poesia. Imprecisão. Como retribuir a imensidão e sublimidade de estar ali? E dizer que ama demais, mais que tu