O fim do mundo
Este texto foi originalmente escrito em 2011. Aqui está, com leves modificações. – O MUNDO VAI ACABAR! – ouviu-se uma voz desesperada vinda da rua. Um jovem triste compartilhava da conclusão, mas não do desespero. Sozinho, na sala de seu apartamento, ao som de rocks antigos e melancólicos, balançava pra lá e pra cá um copo de vinho tinto barato. Sem taça, sem nacionalidade, sem séculos de envelhecimento. Lembrava de tempos em que estivera acompanhado. Bons tempos, boas companhias. Se acreditava no amor? "Claro", tinha vivido muitas das alegrias e decepções do amor. Se um dia encontraria a alma gêmea, para todo o resto da vida? “Tomara”, repetia três vezes, por superstição. E teria filhos. Um casal, de preferência. Ambos os filhos jogariam xadrez, um deles tocaria violoncelo e o outro leria Dom Casmurro aos onze. Teriam uma casa, nem grande, nem pequena: suficiente. Mas seriam razoavelmente ricos, porque todo aquele trabalho compensaria. Contudo, as ilus